Graças a Ricão, minhas dúvidas sobre ser "igual ou diferente", "original ou copiado" viraram secundárias. Num minuto súbito, deixei de me sentir perdido, foi incrível! Tinha agora um rumo na vida, enxergava luz no fim do túnel.
A meta era ser escritor de comediante, aprender a ser engraçado, bolar monte de frases espertas e situações hilárias para Rogério apresentar em espetáculos de ventríloquo pelo país, operando um boneco de mão.
Agente estrearia na tevê, num show de talento. Faria o maior sucesso. Seria convidado para outros programas. Ganharia uma grana firme e alcançaria fama - talvez até mesmo antes dos 15 anos.
Com o primeiro dinheiro firme que entrasse, eu compraria um barraco para o Ricão. Ou melhor, barraco não, casinha decente. Depois mandaria pôr dessas mãos postiças supermaneiras no braço dele. Ricão trabalharia com a gente de secretário, colaborador, cobrador, sei lá, até ator, em certos números. Quem sabe se, um dia, além de Ricão, não seria ricaço também.
Planejar como gastar altas granas era mais gostoso do que decidir como usar os caraminguás do aumento da mamãe. E se alguém, naquele instante, me perguntasse na bucha: "Ser gêmeo idêntico é bom ou é ruim?", ouviria de resposta certa: "É ótimo! Ótimo para criar confusão no palco e botar o auditório rindo."
As ideias foram tantas, que mal guardei metade delas. Uma das boas, que retive, era Rogério comandar, em vez de um boneco, um dinossauro chamado Grumbs. Imaginei o nome da dupla: Roger and Grumbs. Em inglês soava bem, o que era meio caminho andado. Aí, nosso programa de televisão se chamaria Planeta Grumbs e o título do primeiro filme nacional que a gente faria, poderia ser "Rogério e Grumbs na Bogúncia." Enfim, na possibilidade de ser em breve rico e famoso, todos os meus problemas pareceram resolvidos.
PATRIOTA. Margarida. Luz no fim do túnel. In: Uma voz do outro mundo. Belo Horizonte: Dimensão. 2007. p. 83-4. (P090587ES_SUP)
(P090589ES) De acordo com as informações presentes nesse texto, conclui-se que o narrador era
Este item avalia a habilidade de reconhecer uma informação que não está explícita verbalmente em um texto. O suporte é um fragmento de um romance, gênero familiar a alunos desse nível de escolarização.
A linguagem simples e a narrativa linear facilitam a compreensão. O comando solicita que o aluno conclua qual é a característica que se pode inferir a respeito do narrador pelos fatos expostos.
O aluno que optou pela letra A pode ter pensado que, por sonhar alto, ele era atirado, mas não houve ação para comprovar isso.
O estudante que optou pela letra B pode ter associado os planos do narrador à coragem dele, mas não houve atitude concreta, e o aluno que optou pela letra C pode ter associado os inúmeros planos do narrador a uma irresponsabilidade, pelo fato de ele se desvincular da realidade.
O aluno que acompanhou a narrativa atentamente e observou os verbos no futuro do pretérito, indicando suposições, optou pela letra D, o gabarito.
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