[...] Quando falo de liberdade, é a isso que estou me referindo: ao que nos diferencia das térmitas e das marés, de tudo o que se move de modo necessário e inevitável. É certo que não podemos fazer qualquer coisa que queiramos, mas também é certo que não somos obrigados a querer fazer uma única coisa. Aqui convém fazer dois esclarecimentos a respeito da liberdade:
Primeiro: Não somos livres para escolher o que nos acontece (termos nascido num determinado dia. de determinados pais, num determinado país, [...] mas livres para responder ao que nos acontece de um ou outro modo (obedecer ou nos rebelar, ser prudentes ou temerários, (...)
Segundo: Sermos livres para tentar algo não significa consegui-lo infalivelmente. A liberdade (que consiste em escolher dentro do possível) não é o mesmo que a onipotência (que seria conseguir sempre o que se quer, mesmo parecendo impossível). Por isso, quanto maior for nossa capacidade de ação, melhores resultados poderemos obter de nossa liberdade. [...) Há coisas que dependem da minha vontade (e isso é ser livre), mas nem tudo depende de minha vontade (senão eu seria onipotente), pois no mundo há muitas outras vontades e muitas outras necessidades que não controlo conforme meu gosto. Se eu não conhecer a mim mesmo e ao mundo em que vivo. minha liberdade às vezes irá esbarrar com o necessário. Mas - isso é importante - nem por isso deixarei de ser livre... mesmo que me queime.
SAVATER. Fernando. Ética para meu filho. São Paulo: Martos Pontes. 1993. p. 28, 29. (P090690EX_SUP)
(P090693EX) No trecho "... a respeito da liberdade:" (linha 5), o uso dos dois pontos introduz uma
Este item avalia a habilidade de identificar o efeito de sentido decorrente da escolha de um sinal de pontuação. O suporte é um fragmento de uma obra literária, gênero familiar a alunos desse nível de escolarização no ambiente escolar.
A temática e a linguagem do texto podem ser obstáculos à compreensão. Há várias interrupções e comentários no interior do texto que podem dificultar a leitura.
O comando solicita que o aluno escolha, entre as alternativas de resposta, aquela que justifica o uso dos dois-pontos no fragmento selecionado.
O aluno que atentou para a sequência textual optou pela letra A, o gabarito.
O estudante que optou pela letra B pode ter se confundido entre enumeração e explicação.
O aluno que optou pela letra C pode ter presumido que o autor iria expor suas opiniões e aquele que optou pela letra D considerou apenas o lado positivo da liberdade.
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