Descrição:
MALAGUTTI, Vânia Gizele
Este estudo trata da relação entre os jovens e a música, entendendo a juventude pela ótica da diversidade, tendo a cautela de não cair em determinismos, levando em consideração os diferentes sistemas de interação simbólica e sociais que interferem na trajetória social dos jovens (DAYRELL, 2001). Neste trabalho, tem-se como objetivo geral investigar qual o papel que a música cumpre na vida de jovens que participam de aulas de música em uma ONG (Organização Não Governamental) na cidade de Maringá/PR. Optou-se por construir as questões de pesquisa tendo como ponto de partida as aulas de música em ONGs. A partir da fala dos jovens, foram buscadas respostas para as seguintes perguntas: O que os levam a participar das aulas de música em ONGs? Os conhecimentos musicais adquiridos são levados para outros espaços de convívio, como a escola, a família ou espaços religiosos? Como eles passaram a se relacionar com a música a partir da participação nas aulas de música proporcionadas pela instituição? Das aulas de música participam jovens com idades entre 10 e 18 anos, tendo como instrumento principal o violão. A pesquisa se caracteriza como um estudo de caso com abordagem qualitativa (MINAYO, 1995; BOGDAN e BIKLEN, 1994; LUDKE e ANDRE, 1986). Utilizou como instrumentos para coleta de dados documentos fornecidos pela instituição, observações das aulas, entrevista com grupo focal e entrevistas individuais. Foram realizadas observações entre os meses de maio e dezembro de 2012, duas entrevistas com grupo focal e entrevistas semi-estruturadas com seis jovens, com idade entre 13 e 17 anos. Além dos jovens, o presidente e o professor da ONG também foram entrevistados a fim de conhecer como o trabalho da instituição é organizado. A partir da análise dos dados, foi possível perceber que os jovens participantes da pesquisa reconhecem como conhecimentos musicais o aspecto vivencial da música (SMALL, 1989), no caso a prática musical com o violão. Esses jovens buscam participar de práticas comunitárias em diversos ambientes e o aprendizado não se dá apenas na instituição, mas de forma “não linear” (SMALL, 1989) a partir da interação em diversos espaços de convívio.
Palavras-chave: Juventude. Música. ONG.
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