Descrição:
BRUNETI, Marcio
No contexto do romance, essa compreensão passa pelas interações históricas das relações entre trabalho livre/trabalho escravo; do processo de percepção, por parte do homem do campo, da separação entre trabalho e propriedade da terra; da singular combinação, no Rio Grande do Sul, de elementos humanos diversos na formação de uma “cultura do trabalho” e a ausência de uma tradição de trabalho ligada às guildas e hansas, como na Europa pré-capitalista. As diferenças de condição social, o elemento telúrico, o papel da família extensa como unidade sócioprodutiva e as relações características de uma sociedade alicerçada nos ditames do favor são aspectos contidos nos discursos acerca do trabalho que compõem a crítica social de Érico Veríssimo no romance. Quanto aos procedimentos metodológicos, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, sendo também aplicada a análise quantitativa no tratamento de dados extraídos dos números fornecidos por Chaves (1979) e Carpeaux (1979), a fim de situar a obra no contexto da produção literária do autor. É preciso considerar que o romance foi publicado no auge da carreira de Érico Veríssimo como segundo tomo de uma trilogia cuja parte inicial fora um grande sucesso de público e de crítica, gerando expectativas que não foram correspondidas: um dos romances do autor menos conhecidos pelo grande público, O Retrato tem papel fundamental no conjunto de O Tempo E O Vento, pois em suas páginas Érico configura o ambiente de degradação dos valores representativos do povo do Rio Grande e que constitui a grande crítica do conjunto da obra.
Palavras-chave: Trabalho. romance brasileiro. O Retrato. Érico Veríssimo.
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