A fronteira de Foz do Iguaçu/Paraná e Ciudad Del Este/Paraguay é um local por onde circula um grande número de visitantes, ocorre um grande fluxo de capitais e de mercadorias. Nas interfaces das relações mercadológicas do comércio fronteiriço ocultam-se formas de trabalho degradantes que ajudam a manter a lucratividade na atividade, como por exemplo, a exploração do trabalho infantil. Investigando o passado de Foz do Iguaçu no período após a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, é possível compreender o surgimento de uma sociedade heterogênea, conflituosa, onde milhares de famílias sobrevivem do trabalho informal no comércio da Ponte da Amizade. Questões culturais têm assumido grande relevância no sentido de compreender o trabalho infantil como parte das representações das famílias em risco social, pois o encaram como elemento disciplinador e de aprendizagem para seus filhos. A pesquisa qualitativa possibilitou importantes conclusões, como a nacionalidade paraguaia dos trabalhadores infantis da Ponte da Amizade, as estratégias e astúcias utilizadas por esses sujeitos sociais e a necessidade de trabalhar precocemente a fim de complementar a renda familiar. As consequências do trabalho infantil são preocupantes, atingindo dimensões físicas e emocionais da saúde das crianças, além de privar-lhes do tempo dedicado à escola e ao lazer. Investigar os mecanismos utilizados pelos trabalhadores infanto-juvenis no comércio fronteiriço, compreender as causas que os levam a serem incorporados precocemente nesta atividade e identificar os programas sociais efetuados para atender esses sujeitos é a proposta da pesquisa.
Palavras-chave: Trabalho. Infância. Fronteira.
2660 0 bytes Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOEST