Descrição:
RADO, Sonia Cristina
O estudo se situa no âmbito da linha de pesquisa História e Políticas Educacionais do Programa de Pós-Graduação e Educação da PUCPR. Procurou-se investigar quais as tensões vivenciadas no ensino médio noturno. A questão norteadora deste estudo é: Como se expressa a relação entre alunos, professores e gestores no espaço escolar do ensino médio noturno no que se refere aos seus sentidos e significados. Essa questão emergiu da constatação que se vivencia no espaço da escola do ensino médio noturno um ambiente de tensão e conflitos, que envolvem alunos, professores e gestores, em torno dos sentidos e significados da escola. Assim, a tese objetiva analisar como se expressa a relação entre alunos, professores e gestores no espaço escolar do ensino médio noturno no que se refere aos seus sentidos e significados. Para a realização do estudo, empreendeu-se uma pesquisa empírica com alunos jovens matriculados em uma escola da rede pública estadual, que oferta ensino médio noturno, em Pinhais-PR, Região Metropolitana de Curitiba. A coleta dos dados para interpretação da realidade investigada foi feita a partir do ponto de vista das relações que os sujeitos constroem no espaço escolar. Optou-se pela utilização de pesquisa bibliográfica, grupos de discussões com alunos, professores e equipe gestora e entrevista semiestruturada com os professores e gestores. Colaboraram com aporte teórico Dubet (1994, 2003, 2004), Dayrell (2004, 2006, 2007, 2014), Frigotto (2000, 2003, 2004, 2007), Goffman (1988), Habermas (1987, 1989, 1990, 2000, 2004), Elias e Scotson (2000), Kuenzer (1984, 2005, 2013). O estudo evidencia que a tensão se expressa pela diferença exteriorizada a respeito dos sentidos e significados do saber escolar e da própria escola entre os alunos, professores e gestores. A escola tem como objetivo a construção de uma racionalidade moderna, instrumental e funcional, e, ao contrário, o aluno vislumbra outra perspectiva para a sua escolaridade, a que contemple, para além da racionalidade técnica, a dimensão do sujeito e da subjetividade. Outra questão observada no estudo, são os estigmas que os alunos do ensino médio noturno vivenciam com as frequentes comparações com o período diurno, falta de incentivo e motivação, cansaço, entre outros estigmas que professores e a gestão escolar fazem recair sobre esse jovem que vem à escola à procura de oportunidades.
Palavras-chave: Ensino médio noturno. Alunos jovens. Estigma. Meritocracia.
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