A presente dissertação discute a relação discursiva entre língua e o conceito de nacionalismo como constitutivos da identidade de um povo a partir da observação dos entrecruzamentos do discurso histórico com o ficcional, bem como a relação dialógica da obra com os processos que fundem literatura e história para construir o conceito de nacionalidade, a partir da desconstrução do passado como forma de interpretar o presente. A análise dessa obra literária instaura efeitos de sentido pela sua construção narrativa e ressalta os lugares de onde se reproduzem os processos de dominação ainda recorrentes na sociedade contemporânea. A linguagem narrativa empregada desnuda discursos que conflitam o ideal de uma nação igualitária e fraterna com discursos que ideologizam reflexos da cultura dominante. Pela rememoração do passado nacional, ao contrário dos romances saudosistas, o autor representa nesta obra uma visão crítica e no nível da ficção sonda os sentidos dos dizeres desconhecidos na memória e na história viva.
Palavras-chaves: Nacionalidade. Memória. Literatura. História.