Descrição:
PALHARINI, Luciana Aparecida
O propósito desta dissertação é apresentar alguns olhares sobre a Educação Ambiental enquanto um acontecimento histórico das últimas décadas. Acontecimento que nasce pelas diferenças entre discursos que começaram a constituir um ideário de questionamentos e valores da sociedade ocidental, anunciando uma crise ambiental e a necessidade de novos modos de existência. Emergindo nas margens dos espaços instituídos em nossa sociedade, os discursos desse fazer-educativo em relação às questões ambientais têm feito um esforço no sentido de singularizar-se, de delimitar suas fronteiras para que tenha um território próprio que se diferencie dos demais, constituindo um campo Educação Ambiental cada vez mais visível e legitimado pela sociedade. A partir de uma perspectiva foucaultiana sobre as formações discursivas e sua relação com os saberes e a articulação entre verdade e poder, proponho neste olhar uma certa desconfiança da naturalidade desses discursos que estão cada vez mais presentes em nosso dia-a-dia. Passo, portanto, por uma questão que é a de pensarmos na natureza da verdade: o que ela é, aos interesses de quem ela atende, que mecanismos são por ela acionados, o que a partir dela se torna possível? Esta desconfiança não tem o intuito de "desmascarar" os discursos da EA nem de anunciar a inutilidade do campo, mas de tentar entender o que significa sua constituição, bem como propor uma relação educativa que se guie pelas diferenças. Para tanto, trago conceitualizações de autores da Filosofia e da Educação, como Fridrich, Nietzsche, Michel Foucault, Bruno Latour, Isabelle Stengers, Gilles Deleuze, Félix Guattari, Sílvio Gallo e Jorge Larrosa.
Palavras-chave: Educação ambiental. Discurso. Verdade. Poder (Ciências sociais).
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