Descrição:
JERÔNIMO, Janaína Pessato Discriminação e omissão marcaram a história de pessoas deficientes; acreditava-se que a deficiência era crônica, imutável. Mas uma mudança na melhoria das condições de vida delas se esboçou, sobretudo pela educação. No Brasil, dentre outras ações, a educação especial foi prevista pela legislação, programas de esportes adaptados foram implantados, e a disciplina Educação Física Adaptada foi incluída na graduação em Educação Física. A presença dessas pessoas em classes regulares evidenciou a necessidade de estrutura adequada e profissionais aptos a lidar com elas; logo, a preocupação se voltou à formação docente, pois muitos viam a ausência de certas disciplinas como entrave ao trabalho. Esta pesquisa converge para essa temática ao objetivar verificar como o esporte ajuda a incluir socialmente pessoas com paralisia cerebral severa. Como pesquisa qualitativa interpretativa, seus procedimentos metodológicos incluíram observação de filmagens em VHS , entrevistas semi-estruturadas, análise de documentos e revisão bibliográfica. Participaram 23 atletas de esportes adaptados e suas mães ou responsáveis. As fitas registram a participação em competições esportivas. Nossa análise revelou uma história marcada pela exclusão: de famílias simples e desinformadas, essas pessoas desconhecem direitos elementares; revelou, também, avanços no desenvolvimento de habilidades motoras que lhes trouxeram mais concentração, memória, atenção e a consciência de que o esporte pode fazê-las superar limitações e obter respeito. Concluímos que pouco tem sido feito pela inclusão social dessas pessoas; logo, a exclusão continuará a ser analisada como prática social naturalmente instituída se não houver ações conjuntas da sociedade e formação docente ajustada à educação para a diversidade.
Palavras-chave: pessoas deficientes; educação especial; habilidades motoras.
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