A presente pesquisa busca estabelecer a relação entre o biopoder e os direitos humanos com base na obra em Michel Foucault. Recuperando suas análises sobre o saber e o poder, nas quais o autor conclui sobre a profunda relação entre ambos e a necessidade da verdade para o exercício do poder no Ocidente, defendemos a tese de que os direitos humanos cumpriram e cumprem com uma função bipolar nas sociedades biopolíticas moderna e contemporânea; ou seja, os direitos humanos, no momento em que se constroem enquanto discurso verdadeiro no Ocidente, cumprem com a função de, por uma lado, legitimar as sociedades biopolíticas, no entanto, ao mesmo tempo, de lhe produzirem as principais resistências. Esta tese pretende ser uma contribuição teórica a mais para entendermos o amplo debate atual em torno dos direitos humanos e como o acionamento desse discurso pode contribuir para processos de resistência às sociedades de controle.