Para Immanuel Kant (1724-1804), moral e religião estão ligadas de modo estreito, diferenciando-se apenas pelo fato de que na moral os deveres são praticados como princípios fundamentais de todo ser racional, e pelo fato de que esse último deve agir como membro de um sistema universal de fins, enquanto que na religião esses deveres são vistos como mandamentos de uma suprema vontade santa, pois que, as leis da moral são as únicas que estão de acordo com a ideia de uma suprema perfeição. No prólogo à primeira edição de A Religião nos Limites da simples razão (1793) Kant o abre com a afirmação de que a moral basta-se a si mesma. No entanto, se a moral de nenhum modo precisa da religião tanto objetivamente (com relação ao querer) quanto subjetivamente (com relação à capacidade) mas basta-se a si mesma; pergunta-se: por que a religião vê a lei moral como mandamento de uma suprema vontade santa? Ou ainda, por que existe uma relação entre moral e religião?