A interpretação das Sagradas Escrituras é o ponto central de análise e crítica nos primeiros capítulos do Tratado Teológico-Político de Espinosa. Compreender seu alcance e distinguir corretamente as duas maneiras existentes de fazê-la é passo fundamental na necessária separação entre Teologia e Filosofia. Se ambas as formas de interpretação – a imaginativa e a intelectual – têm a capacidade de ocupar um único e mesmo lugar, é necessário compreender a amplitude de cada uma delas e estruturar um método que consiga apreender adequadamente aquilo disposto nas linhas do texto bíblico. Mas mais do que conhecer a essência desses ensinamentos, o itinerário filosofico dessa obra gera algo ainda mais radical, a reforma do próprio entendimento.