Esta dissertação aborda a relação da produção agrícola familiar com o mercado e a instituição estatal, mais precisamente ressalta os limites para a racionalização econômico-administrativa das atividades no interior de uma unidade de produção familiar. Sua referência empírica são as unidades de produção familiares da região Sudoeste do Estado do Paraná, que têm na atividade de elaboração e, ou, transformação artesanal de alimentos uma estratégia para integrar-se ao mercado com vistas em garantir a reprodução da unidade familiar. Contrapondo-se a essa estratégia surge a interferência da instituição estatal, que, por meio da política pública Fábrica do Agricultor, propõe a regularização legal e sanitária dessa atividade. Revendo a literatura sobre a agricultura familiar no Brasil, conclui-se que a reprodução da atividade foi possibilitada, até bem pouco tempo, por mérito dos próprios agricultores, graças às estratégias que foram capazes de elaborar. A prioridade dos agricultores familiares, inicialmente, foi garantir a produção dos alimentos necessários para consumo da família. Conseguem isso aliando a policultura à criação de animais que fornecem alimentos e força de trabalho.