Esta dissertação de mestrado trata da sociogênese do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, da Universidade Federal do Paraná. O trabalho reconstrói, a partir de fontes documentais produzidas numa dada posição da burocracia acadêmica, a rede de relações e de tensões que seria marca constitutiva da gênese setorial. Primeiramente, são apresentados alguns componentes históricos significativos na constituição desta rede. A partir daí, um processo de ramificação das decisões e, especialmente, dos constrangimentos acadêmico-burocráticos instabiliza a balança de poder universitário. Neste contexto, dois grupos docentes se opõem na rede setorial conformando uma oposição política. Por fim, são abordadas situações específicas nas quais o uso dos dispositivos burocráticos espelha as racionalidades político-acadêmicas em jogo. No seu conjunto, o trabalho dá ênfase a uma ‘hierarquização não-planejada’ pelos atores em jogo, mas cujos efeitos de poder são interessantes para uma fração do corpo docente.