A crise do regime monárquico brasileiro veio acompanhada do surgimento e da expansão do movimento republicano no final do século XIX. No período, a imprensa não somente se colocou como palco dos debates institucionais, como também teve papel de poder informal. Este trabalho busca recuperar os modelos de República que circularam nos periódicos paranaenses, recompondo as configurações sociais e os habitus dos agentes para apreender seus ideários republicanos. Para melhor compreender as redes e configurações que ensejaram a produção e difusão de tais ideários, elaborou-se uma prosopografia dos redatores que discutiram a questão republicana. A biografia coletiva permitiu também a compreensão dos variados posicionamentos políticos nas redes que influenciaram o republicanismo local que, em sua vertente dominante, esteve intimamente vinculado ao projeto de modernização conservadora das elites ervateiras, detentoras de capital econômico e político que lhes permitiu o controle do estado após a Proclamação da República. Como o campo intelectual ainda não tinha se configurado, vincularam-se os redatores analisados ao campo político, até porque suas fronteiras eram tênues.