Este estudo tem como objetivo investigar os sentidos que são produzidos no encontro entre adolescência e maternidade na tentativa de ressaltar inter-relações entre este fenômeno e o desenvolvimento regional, uma vez que a cada ano, no Brasil, um milhão de adolescentes dão à luz (correspondendo a 20% do total de nascidos vivos). Constatamos índices semelhantes no município de Cachoeira do Sul/RS, local onde realizamos esta pesquisa. Participaram deste estudo oito mães adolescentes primíparas, com idades entre 15 e 18 anos. Consideramos adolescente aquele sujeito que tem entre doze e dezoito anos de idade, conforme disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Realizamos de uma a duas entrevistas com cada participante com o objetivo de analisar a experiência de ser mãe na adolescência. O método utilizado nesta proposta de investigação científica é de uma abordagem qualitativa da realidade, utilizando como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada. Realizamos a análise dos dados através do método de práticas discursivas e produção de sentidos, utilizando o mapa de associação de idéias como técnica de interpretação. Neste estudo verificamos que os sentidos produzidos no encontro entre adolescência e maternidade apontam para uma experiência de vida plena de significados positivos, bem como constituem uma experiência negativa com sentimentos de perda, de renúncia forçada e de muitas dificuldades. Ao longo desta pesquisa refletimos sobre a necessidade de problematização do discurso vigente atual que considera a gravidez e a maternidade na adolescência como um problema, produzindo, desta forma, preconceito e discriminação.
Palavras-chave: Maternidade. Adolescência. Sentidos produzidos. Desenvolvimento regional.