Descrição:
LEME, Caroline Gomes
De 1979 aos dias atuais, a ditadura militar fez-se presente em um número significativo de obras fílmicas. Analisar essa produção cinematográfica é examinar como está sendo ressignificado o passado, quais questões estão sendo obliteradas, que ambiguidades e tensões perpassam a interpretação do processo sócio-histórico. Esta pesquisa propõe-se a trabalhar a relação entre cinema e sociedade no que tange aos enunciados social e culturalmente construídos a respeito do período do regime militar vigente no Brasil de 1964 a 1985. O objeto de investigação são os filmes de longametragem lançados entre 1979 e 2009 que se reportam ao tema da Ditadura Militar no Brasil e seus desdobramentos. O pressuposto é o de que as obras fílmicas, enquanto produções culturais, podem ser consideradas meios legítimos e diferenciados para o conhecimento da sociedade, uma vez que são constitutivas da realidade social, produzindo significados, valores e proposições expressados através de sua construção própria. Pauta-se na concepção de cultura do materialismo cultural de Raymond Williams (2000) e fundamenta-se essencialmente no referencial teórico-metodológico de Pierre Sorlin (1985,1994). Realiza-se um levantamento amplo e fundamentado da filmografia que tematiza a ditadura militar brasileira e dedica-se um olhar mais atento aos seguintes filmes: E agora, José? Tortura do sexo (Ody Fraga, 1980); Paula – A história de uma subversiva (Francisco Ramalho Jr., 1980); Nunca fomos tão felizes (Murilo Salles, 1984); Corpo em delito (Nuno Cesar Abreu, 1990); Ação entre amigos (Beto Brant, 1998); A terceira morte de Joaquim Bolívar (Flávio Cândido, 2000) e Zuzu Angel (Sérgio Rezende, 006), os quais correspondem a um espectro amplo de possibilidades cinematográficas.
Palavras-chave: Cinema e sociedade. Cinema brasileiro. Ditadura militar brasileira.
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