Descrição:
FRANCHI, Silmar José Spinardi
De acordo com alguns especialistas, o Ensino de Química deve estar centrado no conhecimento químico e no contexto social. Na busca por alternativas para um ensino de química contextualizado, propusemos que o uso de crônicas poderia se constituir em uma boa alternativa por proporcionar uma melhor interação entre o aluno e o conhecimento químico. A crônica se constituiria em uma ferramenta a mais a ser utilizada pelo professor, em conjunto com sua atividade e seu planejamento. Neste trabalho, desenvolvemos um conjunto de quinze crônicas, das quais “De Olho na Natureza e nas Interações Intermoleculares”, “Namorados no Ponto... de Ebulição” e “Lá na Pescaria...” foram aplicadas e avaliadas junto a alunos do Ensino Médio de uma escola da rede pública, localizada em Campinas, São Paulo. Fizemos a avaliação das crônicas por meio de um questionário, no qual buscamos perceber a opinião dos alunos sobre as mesmas, bem como se existiam dificuldades para a sua interpretação e entendimento. Buscamos, ainda, avaliá-las quanto à linguagem, conteúdo, diálogos, associação com o cotidiano e alcance junto à comunidade. Os resultados obtidos na aplicação dessas crônicas foram muito positivos, com a grande maioria dos alunos afirmando que as crônicas prendem a atenção e facilitam o aprendizado. Todos afirmaram que as situações do cotidiano, descritas nas mesmas, facilitaram o entendimento do conteúdo químico, assim como a maioria dos alunos conversaria sobre os conteúdos de cada crônica com seus pais e amigos. Grande parte dos alunos consultados afirmou que preferiria ler a crônica antes de aprender o conteúdo químico nela contido, ou preferiria lê-la durante a aula do professor. A linguagem, os diálogos e a forma como os conteúdos são apresentados em cada crônica também são ressaltados pelos alunos como pontos positivos no estudo e utilização das crônicas no Ensino Médio. A análise indica, também, que a utilização de crônicas contempla alguns dos objetivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais, uma vez que os alunos declararam que se sentiriam à vontade para conversar sobre o conteúdo químico fora do ambiente escolar, além de se predisporem a reproduzir alguns dos experimentos descritos em algumas das crônicas. Dada à surpresa diante da novidade, além da boa receptividade manifestada pelos alunos consultados, concluímos que a redação de materiais alternativos, como as crônicas descritas neste trabalho, deva ser continuada e estimulada.
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