Descrição:
GONÇALVES, Fábio Peres. O Texto de Experimentação na Educação em Química: Discursos Pedagógicos e Epistemológicos. Dissertação. Mestrado em Educação Científica e Tecnológica - UFSC - PPGECT, Florianópolis, 2005.
Esta dissertação desenvolve um estudo que se propõe a problematizar a experimentação na formação docente e a repensar as características metodológicas das atividades experimentais na educação em Química. À luz de uma abordagem pedagógica e epistemológica, investigamos as características dos discursos sobre experimentos divulgados na revista Química Nova na Escola. Foram analisados 38 artigos e 4 questionários submetidos a autores com expressivo número de publicações na respectiva revista, e com reconhecida experiência em formação de professores. A partir da análise do “corpus” apontamos para a necessidade de transcender as atividades experimentais, enquanto simples artefato motivador dos alunos. De forma semelhante, destacamos a importância de refletir acerca dos entendimentos empirista-indutivistas de Ciência que orientam o discurso a respeito da experimentação. Enriquecer o conhecimento em sala de aula sobre a natureza da ciência pode ser favorecido, como sugere tacitamente parte dos textos, pela associação entre teoria e observação. A análise dos artigos ainda sinalizou para as atividades experimentais como constituinte de um contexto dialógico, apontando para o questionamento reconstrutivo, a construção de argumentos e a comunicação desses argumentos. Outra característica marcante no discurso dos autores foi a utilização de materiais e reagentes de baixo custo e fácil aquisição; principalmente, como modo de superar as deficiências infra-estruturais das escolas. Já os conteúdos conceituais se apresentaram fortemente nas propostas de experimentos, no entanto, os conteúdos factuais, procedimentais e atitudinais, também permearam os artigos, porém de forma muito implícita. Na perspectiva dos conteúdos, foi possível depreender a importância de vincular o contexto na qual os alunos estão inseridos com o conteúdo dos experimentos. Tal fato contribui para reforçar que os conteúdos não têm um fim em si mesmos, ponto de vista compartilhado pela maioria dos autores que responderam ao questionário. Portanto, ao ler artigos com sugestões de atividades experimentais, o professor, tanto da educação básica, quanto o formador, precisa entender que nesses escritos estão subentendidas características para tais atividades, e que podem agregar qualidade na prática docente.
Palavras-chave: Experimentação. Formação docente. Educação em Química.
|