Este trabalho pretende traçar um paralelo entre as obras Memórias de um Sargento de Milícias e Memórias Póstumas de Brás Cubas, romances que inauguram uma renovação na prosa brasileira, rompendo com o modelo da tradição e nos apresentando “heróis” que a rigor não deveriam receber essa designação. Nesse estudo comparativo, procurarei apontar algumas características dessa figura tão singular “o herói das memórias” ressaltando como, em obras de cunho memorialista os autores construíram suas “memórias” e conceberam seus “heróis”. Tem-se como objetivo desenvolver análise sobre as relações entre literatura e memória, verificar o modo como são caracterizados os narradores nos textos selecionados, verificar técnicas e procedimentos por meio dos quais esses narradores estruturam suas narrativas, bem como o efeito que desejam ou conseguem provocar em seus leitores, e estabelecer um paralelo entre os textos literários analisados no que se refere aos aspectos mencionados. Procura-se, além disso, refletir acerca desses intertextos e das condições em que foram produzidas as obras, levando em consideração suas relações com a memória.
Palavras-chave: Machado de Assis. Manuel Antonio de Almeida. Heroi. Intertextualidade. Memória.