A presente dissertação estuda as influências da renda e de outras variáveis demográficas sobre o orçamento de uma amostra de famílias de onze regiões metropolitanas brasileiras constantes na POF – Pesquisa de Orçamentos Familiares de 1995/1996, preparada pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O referencial teórico discute conceitos de sociedade de consumo de massa, sociedade de consumo no Brasil, modelos de comportamento do consumidor, influências da renda na composição do orçamento familiar e a importância de outras variáveis que influenciam os padrões de consumo de uma família. Por meio de uma metodologia descritiva e quantitativa, é apresentado um conjunto de tabelas e gráficos referentes às categorias de despesa que compõem o orçamento familiar. É analisado o padrão de comprometimento da renda nos diferentes níveis de renda familiar e sugerida uma operacionalização dos conceitos de renda discricionária e não discricionária para a amostra de famílias estudadas. Para fins de apresentação do uso da POF pelos profissionais de marketing, são realizados diversos cortes de análise que podem ser aplicados em estudos de segmentação e determinação do potencial de mercado de um produto ou serviço. O conjunto de análises realizadas sugere que o orçamento familiar e os padrões de consumo são influenciados pela renda familiar. O comportamento das categorias de despesa familiar também varia conforme o nível de renda. Além disso, verifica-se o potencial de aplicação da base de dados POF em estudos mercadológicos, em razão do amplo conjunto de variáveis que detalham o comportamento de consumo da família. Os estudos realizados podem servir como ponto de partida para o cruzamento de dados da POF com edições posteriores, como por exemplo a de 2002/2003, permitindo uma análise de corte longitudinal.
Palavras-chave: Comportamento do consumidor. Consumo (Padrões). Orçamento familiar - Brasil.