Este trabalho discute a trajetória política da Ação Popular, na década de 1960 e no início dos anos 1970, e apresenta uma análise crítica sobre as formulações elaboradas pela organização acerca da concepção filosófica humanista. Contando inicialmente com a participação majoritária de militantes oriundos da Juventude Universitária Católica, a Ação Popular foi fundada em 1963, reivindicando-se como uma organização não-confessional e revolucionária. A partir da segunda metade da década de 1960, a Ação Popular reformulou seus projetos políticos e procurou afirmar-se como uma organização marxista. No período em questão, a intervenção política da organização esteve pautada por elementos do humanismo cristão, da perspectiva humanista do marxismo e, inclusive, da controversa tese anti-humanista do filósofo francês Louis Althusser.