Descrição:
DALFRÉ, Liz A.
O presente trabalho tem como objetivo realizar uma reflexão histórica acerca de algumas representações produzidas durante a década de 1910 sobre o Movimento do Contestado. Centrando a análise nos textos produzidas pela imprensa periódica escrita paranaense e pelos militares, compreendemos que as narrativas desse evento estiveram inscritas em uma comunidade de imaginação, onde determinadas noções foram recorrentes. Verificamos a tensão existente entre concepções românticas e racionalistas nas reflexões a respeito dos habitantes do interior e que demonstraram o interesse de determinadas instituições do período, na constituição de uma identidade nacional e regional. Essas narrativas também possibilitaram refletirmos acerca da importância da obra de Euclides da Cunha, Os Sertões, na formação de um pensamento sobre o conflito sulino. As narrativas fundantes do Movimento do Contestado, convergiam para uma representação comum no período, onde o homem do interior, apesar de considerado bárbaro e ignorante, também foi eleito como o elemento autenticamente nacional. Nesse sentido, os textos que narraram o conflito na segunda década do século XX, mostraram-se permeados por dúvidas e contradições em torno da necessidade de exterminar os rebeldes, por um lado considerados inimigos da República, porém, por outro lado, compreendidos enquanto cerne da verdadeira nacionalidade.
Palavras-chave: Narrativas. Contestado. República. Paraná.
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