Descrição:
ALMEIDA, Camila G.
As relações entre a cidade e os discursos que inspira a partir de fontes oficiais ou alternativas estão no foco desta pesquisa – Um cronista da cidade: Curitiba no jornal sob o olhar de Jamil Snege 1997-2003. O trabalho aqui proposto trata do confronto entre o imaginário formal difundido historicamente sobre o espaço citadino – no caso, o modelo de marketing bem-sucedido em que se transformou Curitiba – e os olhares particulares, e muitas vezes provocadores, contidos na crônica contemporânea a respeito da capital paranaense. Gênero híbrido, na fronteira entre o jornalismo e a literatura, a crônica se apresentaria como o espaço por excelência da cidade. Essa estreita relação se daria, em boa parte, por seu forte vínculo com o jornal, reforçando aí o caráter cotidiano desse tipo de texto. No Paraná, um exemplo de cronista que transporta o local, com boa dose de ironia e irreverência, para seus textos estaria no escritor Jamil Snege, colaborador do espaço de crônicas da seção Caderno G do jornal Gazeta do Povo entre maio de 1997 e maio de 2003, ano de seu falecimento. Tendo, assim, a produção de Snege nos sete anos em que colaborou com o jornal como ponto de referência – com suporte também nos textos do escritor Roberto Gomes e do artista plástico Carlos Dala Stella, que dividiram com Snege o espaço de crônicas do Caderno G no referido período –, propõe-se nas próximas páginas verificar como se dá, estética e tematicamente, a tensão entre a cidade divulgada pela propaganda oficial e a cidade de todos os dias na crônica voltada ao grande público, tendo no jornal diário seu meio de difusão e também (por que não) de ação.
Palavras-chave: Jamil Snege. Curitiba. Paranismo. Crônica. Gazeta do Povo, Jornal. Cidade. Modernidade.
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