Descrição:
ADAMY, Irene S.
Este estudo refere-se à formação e organização política da fração agrária da classe dominante na região oeste do Paraná, a partir de sua entidade de classe, a Sociedade Rural do Oeste do Paraná. A origem desta fração de classe encontra-se em dois momentos distintos: o primeiro, quando da ocupação e (re)ocupação da terra, cujo processo interferiu diretamente na estrutura fundiária do município de Cascavel, marcada pela presença do latifúndio, base material sobre a qual se assenta o poder econômico e político dos agropecuaristas; e, o segundo, quando da modernização conservadora implantada no campo brasileiro durante as décadas de 1960, 1970 e 1980, que contribuiu para consolidar o latifúndio e o poder de seus proprietários. Porém, este poder não é absoluto e inconteste. Ainda na década de 1980, o MST assumiu sua condição de movimento social em nível nacional, na luta por reforma agrária e por um novo modelo de uso da terra e de produção para a agricultura brasileira, desencadeando conflitos e confrontos, não poucas vezes marcados pela violência e morte. Neste enfrentamento, os grandes proprietários rurais tiveram na SRO o seu espaço de organização, mobilização e liderança nas ações efetivadas, revelando seu caráter classista e conservador. Portanto, este trabalho busca analisar, a luz da teoria de Antonio Gramsci, como esta fração de classe vem se organizando e reorganizando, a fim de manter sua condição hegemônica.
Palavras-chave: Sociedade Rural do Oeste do Paraná. Terra. Poder. Hegemonia. Conflitos Agrários.
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