Descrição:
RONCHI, Luis F. de Lima
A pesquisa discute o problema das inter-relações entre o golpe de 1964, a consolidação da Ditadura Militar no Brasil e o surgimento de grupos armados de oposição, particularmente aqueles surgidos antes da promulgação do Ato Institucional n. 5 e que seguiam a tradição marxista-leninista de vanguarda. Trata-se, especificamente, das influências e determinações do golpe e da evolução da Ditadura Militar nas razões que levaram parte da esquerda brasileira à decisão de protagonizar ações armadas como caminho revolucionário. Parte-se do pressuposto de que os dois processos citados possuem autonomia relativa e, portanto, refutam-se as tentativas de explicação da luta armada como simples reflexo do fechamento ditatorial e/ou da falta de espaços de atuação legal oposicionista, mesmo porque, importantes estudos historiográficos têm destacado a existência de brechas e possibilidades de ação política, embora restritas, na fase de consolidação da Ditadura Militar (1964-1968), período em que ocorre o surgimento dos principais grupos guerrilheiros. Esta pesquisa defende a hipótese de que o Golpe de 1964 e a instauração de um regime militar-autoritário tenham desempenhado importante papel na opção de setores da esquerda, pelo caminho armado, ao frustrar o projeto hegemônico até 1964, de revolução pacífica defendido pelo Partido Comunista Brasileiro. Além do Golpe, a própria existência de um regime arbitrário, que alterava sistematicamente as regras do jogo político segundo seus interesses, também teria contribuído para o influxo das esquerdas ao desacreditar as instituições e a própria atuação política legal então existente.
Palavras-chave: Ditadura militar. Luta armada. Fechamento institucional. Golpe de 1964.
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