Descrição:
CIMINO, José
O presente trabalho objetiva encontrar, em Kant, os fundamentos da possibilidade da religião de razão sem negar a revelação, que é o círculo maior que contém o menor, sendo a razão que julga e avalia a revelação enquanto conforme ou não com a moralidade pura. A liberdade concebida como pura espontaneidade é, em última análise, o fundamento da moral. Liberdade, imortalidade da alma e Deus são meros postulados da razão prática, por serem realidades numênicas. A razão pura prática é moralidade pura, porquanto partícipe do reino dos fins em si. Como ponte entre ela e a sensibilidade, age o livre-arbítrio, autodeterminando-se. O mal radical é entendido como inversão, pelo livre-arbítrio, ao submeter ele o reino dos fins em si às solicitações da sensibilidade. A conversão é possível, sendo seu exclusivo protagonista o sujeito. O ser humano está voltado para um destino escatológico, na bem-aventurança ou miséria eterna. Consciente de suas carências, a razão encontra nos parerga o próprio complemento. A graça, os mistérios e os milagres são interpretados à luz dos princípios das Críticas. Deus, enquanto Trindade, e Jesus Cristo são objeto de interpretações distantes da ortodoxia. O corpus mysticum do Cânon assume a forma de comunidade ética (Igreja invisível), protótipo da Igreja visível.
Palavras-chave: Razão. Religião. Liberdade. Reino dos fins em si. Mal radical.
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