A Igreja Eletrônica (IE), nome consignado a um jeito novo de se propagar a religião, tem sua implantação e ascensão na América Latina coincidente com a expansão do capitalismo norte americano que lhe emprestou algumas de suas características extrínsecas como consumismo e individualismo. Como produto importado, cresceu no vácuo social de um espírito sem visão crítica. Os acenos de sucesso na vida para um público com dificuldades de superar a problemática do cotidiano, sempre soaram como forte apelo na audiência. Custos altos na programação e deficiência na linguagem televisiva sempre foram problemas na história da IE, porém, os "profetas eletrônicos", que resistiram a estes reveses, marcaram posição firme na batalha da divulgação de sua religião. Segundo o teólogo e sociólogo ASSMANN1 (1985), a IE, dado ao seu ethos histórico e a sua ideologia, não passa de uma indústria mercantilista do sagrado. Ao que poderíamos acrescentar com ADORNO (1978) e MARCUSE (1974), uma indústria cultural marcada pelo aligeiramento do raciocínio. Acrescente-se a esta análise o fato da IE ser extremamente anti - ecumênica, uma vez que a guerra da audiência faz evidenciar o triunfo do proselitismo sobre a unidade religiosa.
Palavras-chave: Igreja eletrônica. Mídia. Fé. Templo eletrônico.