Este artigo trata da orientação sexual em uma escola municipal de ensino fundamental do Rio de Janeiro. As reflexões acerca de como uma escola desenvolve esse trabalho são desencadeadas a partir da emergência de um recorte de gênero. O fato de um maior número de meninas do que de meninos ter se disponibilizado a conceder as entrevistas conduz a uma reflexão sobre quem aborda esses assuntos com os/as adolescentes e sobre como o tema da sexualidade é focado, delimitado e inserido na escola. Pode-se dizer que há dois temas centrais em torno dos quais são organizadas as aulas sobre sexualidade – gravidez e DST’s/AIDS –, aos quais estão ligados suas formas de prevenção – camisinha e métodos anticoncepcionais. A seguir, são discutidas questões sobre os diferentes modos de a escola recortar e abordar pedagogicamente os corpos de mulheres e de homens, o que é relacionado ao processo histórico de medicalização do corpo da mulher. Por fim, são discutidas algumas questões sobre alguns paradoxos enfrentados por adolescentes em relação à anticoncepção.