Desde o fim dos anos 70, cientistas da religião têm discutido a crítica à ideologia como uma função da própria disciplina. O artigo pretende contribuir para esta discussão. Na primeira parte, é esboçada a doutrina de ídolos de Francis Bacon como quadro de referência teórica. A partir disso, a função da crítica à ideologia do ponto de vista da Ciência da Religião é elaborada. Mostrar-se-á aqui a importância da questão sobre o "destinatário" da crítica à ideologia. Será argumentado que neste sentido pelo menos cinco contextos são relevantes: a) mecanismos e efeitos de religiões; b) discursos públicos sobre fenômenos religiosos; c) processos de comunicação interdisciplinar d) convicções e atitudes pessoais de cientistas da religião como indivíduos enraizadas na vida cotidiana particular; e) o auto-reconhecimento disciplinar da própria Ciência da Religião.