A partir de um conceito de grupo étnico baseado na interação social, pode-se analisar o comportamento religioso dos nikkeis enquanto comunidade que mantém fronteiras tanto para com brasileiros quanto para com japoneses, o que se reflete na prática e nas estratégicas de sobrevivência do Budismo étnico. Tem existido um esforço para uma adaptação cultural e lingüística nos templos, reflexo das novas gerações, mas ela não tem sido acompanhada de uma significativa abertura étnica, sendo mais destinado a atrair os descendentes que se identificam com uma identidade nikkey. Se as fronteiras com os brasileiros são além disso dadas com o poder político e sustentação financeira dados pelos nikkeis, diferenças com o Budismo japonês têm se intensificado devido a fatores particulares do Brasil enquanto ambiente de recepção. Como um ponto comum com japoneses e brasileiros, muitos nikkeis mantém uma convivência com diversas religiões, muitas vezes não sendo praticante formal de nenhuma. No caso dos nikkeis budistas, é possível identificar ainda hoje, como padrão mais geral, uma manutenção da identidade étnica através do Budismo e um pertencimento à sociedade majoritária principalmente através do Catolicismo, que foi o substituto histórico dos nikkeis para o papel que o Xintoísmo tem na religiosidade japonesa.