Este texto apresenta um estado da questão dos estudos feministas da religião desde 1960. Depois de ter sublinhado os momentos importantes de sua colocação, a autora assinala os principais conceitos heurísticos associados à hermenêutica da suspeita: o patriarcado, o androcentrismo, o sexismo e as teorias dos gêneros feminino e masculino. As ciências religiosas feministas propõem novas metodologias e paradigmas científicos tais como o da inter-relação e da interação, também chamada de interconexão, entre a pesquisadora e o objeto/sujeito estudado. Elas se encontram na crítica pós-moderna da ciência, na da teologia ecumênica e na dos diálogos inter-religiosos. Com as ciências religiosas feministas, está em gestação, tanto nos meios intelectuais como nas instituições religiosas e sociais, um conhecimento do tipo sabedoria, que se preocupa, ao mesmo tempo, com a coerência racional.