O artigo analisa, segundo uma pesquisa psicossocial empírica, a forma como mulheres católicas de classe média integram – ou não - a aprendizagem sobre a sexualidade no âmbito de um ambiente católico com os elementos novos que lhes são sugeridos pela cultura urbana em que vivem quando adultas. A partir de 22 casos de mulheres entre 20 a 60 anos de idade, a autora investiga se e como os valores interiorizados na Igreja e na família se sustentam no embate com a cultura moderna em que essas mulheres precisam redefinir sua identidade e sua sexualidade de mulheres e de católicas. Cinco pontos cruciais são tomados sob a lupa da investigadora: planejamento familiar, aborto e fertilização artificial, relações sexuais fora do casamento e divórcio. O objetivo do artigo é o de trazer ao leitor/a algo dos processos e metamorfoses pelas quais passa a mulher católica na formação de sua sexualidade ao se ver presa na contradição entre o que ensina a Igreja católica e o que é proposto como meta e estilo de realização para jovens mulheres de uma cidade como São Paulo.