Este artigo analisa os discursos de indivíduos fluminenses que se declaram sem religião, ressaltando aspectos que não são observáveis através da categoria censitária, que com essa nomenclatura não traduz a essência das transformações presentes na atualidade por se limitar à vinculação institucional, sem levar em conta a experiência religiosa. Trata-se do resultado de uma pesquisa qualitativa, produzida com entrevistas semiestruturadas, aplicadas a 48 habitantes de diferentes localidades do Estado do Rio de Janeiro que se declararam sem religião; comprovando que, embora nos recenseamentos eles estejam agregados em uma só categoria, aparentemente secularizada, são constituídos por tipos com características e cosmovisões distintas, o que suscita uma classificação mais precisa. Se um deles reúne ateus e agnósticos, avessos aos conteúdos religiosos, o outro não os recusam, descolando-se somente das instituições religiosas.
Palavras-chave: Sem religião. Secularização. Religiosidade. Desinstitucionalização.