O presente artigo tem como objetivo compreender os diferentes sentidos atribuídos a “ser judeu” no contexto florianopolitano, Santa Catarina, Brasil, no início do século XXI. Entendendo de que forma se constitui uma identidade judaica nesta cidade, utilizamos o referencial teórico da psicologia sócio-histórica sobre constituição de sujeito e identidade. Para esta análise utilizamos depoimentos e entrevistas de sujeitos judeus freqüentadores da Associação Israelita Catarinense (A.I.C). Os resultados da pesquisa apontam para uma re(criação) do judaísmo de acordo com os interesses desta coletividade, estando diretamente relacionado às apropriações dos significados convencionais do judaísmo e da produção de novos sentidos para o que é “ser judeu” de acordo com histórias de vida, vivências afetivas, emocionais e intelectuais de cada sujeito. Assim cada um dos entrevistados encontrou em Florianópolis a liberdade e a possibilidade de atuar, concretizar, e construir um judaísmo aberto para as características deste coletivo, ocorrendo uma auto-identificação em semelhanças e diferenças com esta identidade.