Este artigo visa comparar duas experiências religiosas de incorporação de poder sagrado – ser habitado pelo Espírito Santo no Pentecostalismo e rodar com orixás e caboclos no candomblé. A comparação está orientada pela busca de identificar os distintos modos de engajamento corporal cultivados nos dois contextos religiosos: as formas sensíveis de atentar para a situação (e os outros) envolvidas nestas experiências de forte alteridade. Trata-se de abordar a questão do transe/possessão a partir de sua dimensão corporificada e articular os conceitos de corporeidade e espaço para refinar a análise comparativa. A discussão busca explorar o potencial desta abordagem para compreender os estilos de sociabilidade características destes contextos religiosos.