Neste trabalho procuro enfocar a “criação” ou “recriação” de novas rotas de peregrinação no contexto brasileiro e suas relações com o turismo. Analiso aqui a implantação de cinco rotas, conhecidas como Caminho do Sol (São Paulo), Caminho da Luz (Minas Gerais), Caminho das Missões (Rio Grande do Sul), Passos de Anchieta (Espírito Santo) e Caminho da Fé (São Paulo), que foram “inventadas” no Brasil, tendo por “modelo” o Caminho de Santiago de Compostela. O pressuposto que orientou o estudo é o de que tanto a peregrinação quanto o turismo podem ser entendidos como estruturas de significados, que apontam para as distintas possibilidades de se vivenciar estas práticas, bem como as suas possíveis transformações. Entendo que a principal diferença entre estas duas estruturas de significados (turismo e peregrinação) caracteriza-se pela externalidade do olhar e pelo grau de imersão que cada uma das experiências proporciona às pessoas que delas participam.