O objetivo deste artigo é apresentar a relação entre cura e espiritualidade Nova Era. Através da interpretação de alguns rituais, denominados “vivências”, pretende-se desenvolver o seguinte argumento: o divertimento e a dor são constitutivos dessa espiritualidade, porque se apresentam como condições eficazes e provocadoras da transformação espiritual requerida. Pretende-se, enfim, chamar a atenção para dois grupos de elementos éticos que emergem dos rituais: a) aqueles que indicam recusa da lógica do poder pela qual se conjugam relações de perdas e ganhos, opressão e resistência e b) aqueles relacionados ao jogo e à brincadeira. Ambos os grupos decorrem de situações voláteis experimentadas pelos participantes. Situações que são criativo-destrutivas, porque oferecem meios rituais para espreitar, no sofrimento, na dor, e nas situações decadentes de suas vidas, a oportunidade de retomar o comando da felicidade.