Parece justo afirmar que o desejo de vitalismo leva Laranjeira a projectar no “dogma” do Nirvana os problemas que lhe são caros: o misticismo enquanto a sua doença pessoal (como confessa em vários pontos da sua obra, nomeadamente na correspondência com António Carneiro), fazendo de O Nirvana e de A Doença da Santidade textos que vão além dos seus objectivos estritamente científicos. Assim o Nirvana recebe, em Laranjeira, os contornos simultaneamente de terapia e de doença (de que padecia): terapia do sofrimento universal, e doença, pois é a auto-indução de um esquecimento forçado.