No combate contra a influência do clero e mais específica e violentamente contra o chamado jesuitismo, versão especializada do anticlericalismo, a propaganda anticlerical elege como alvos mais vulneráveis à acção do “inimigo clerical” dois grupos etários e um género sexual. No primeiro bloco encontram-se as crianças e os velhos, e no segundo as mulheres. Mas de entre estes, a mulher é apresentada, sem dúvida, como a “presa fácil” por excelência dos padres e mais ainda dos Jesuítas. Na célebre e muito difundida obra paradigmática do historiador francês Jules Michelet intitulada O Padre, a Mulher e a Família, que muito influenciou a modelação do anticlericalismo de Oitocentos no que ao universo feminino e à família dizem respeito, considera-se que através da mulher o padre influi perversamente no microcosmos familiar.