Descrição:
JUDAR, Vandergleison
A figura do mal sempre esteve presente em diversas culturas. No que se refere ao ambiente cristão, não é diferente. Neste, o mal se apresenta na imagem do demônio, reconhecido através de seu nome pessoal Lúcifer ou ainda o mais popular Diabo. A idéia de um ser maléfico assumindo uma personalidade foi uma imagem forjada ao longo da história desde a antigüidade. Percebemos isto, através das várias influências de diversas culturas como a babilônica, por exemplo, sobre o judaísmo. Como o judaísmo é a religião de onde o cristianismo surge, tais influências são também absorvidas por ele, deste modo, o mal será redimensionado tornando-se uma figura real, personificada, tão presente quanto o próprio Deus. Os séculos que separam a Antigüidade da Idade Média serviram para fortificar ainda mais a imagem deste ser tão temido e tão odiado. Pouca ênfase a igreja primitiva deu ao Diabo, contudo na Idade Média, precisamente séculos XI-XII, lhe é dado mias espaço, ocupando o rico imaginário do período. Então, durante a Idade Média, a imagem do demônio causava medo, trazia todos os tormentos e tentações, apoiado pelos seus subalternos para desviar os fiéis dos caminhos do Senhor. Por isso, durante este momento da história, o Diabo foi muito aproveitado pela própria Igreja, que através do medo buscava a salvação de seus fiéis. Sendo assim, buscaremos compreender em uma fonte do período, precisamente do século XIV, denominada os Fioretti de São Francisco de Assis, a imagem do demônio, na qual o “inimigo” é visto em consonância com a realidade sócio-cultural, rico em toda representação que o mal possui naquele momento. No entanto, percebemos um diferencial encontrado no texto, que nos apresenta um curioso aspecto sobre o qual iremos nos debruçar um pouco mais.
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