As manifestações em Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto e em Vidas secas , de Graciliano Ramos a despeito de serem textos literários de gêneros diferentes (auto e romance) expressam-se por enfoques díspares (um trazer a marca da denúncia declarada, intensificada pelo valor imanente do nascimento e o outro uma ironia sagaz ,pela fina argúcia da expressão psicológica) valorizam a vocação do homem que é perceber. Isso é possibilidade ornada de esperança. Detalhamos as duas situações no sentido de reconhecer na mediação da fabulação cara ao mito, no referencial de Mircea Eliade, e no atestado da antropologia filosófica, no tratado de Henrique Claudio de Lima Vaz, a resistência ao poder despropositado, gênese dos extremos sociais que convivem nos personagens nas duas obras. A condição humana sobrevive à seca e à desproporção material constituindo assim o discurso transcendental.
Palavras-chave: Morte e vida Severina. Vidas Secas. Nascimento. Expressão psicológica. Condição humana.