Parte-se neste trabalho de uma reflexão inspirada na vocação social da psicanálise e sua particular investigação e teorização da cultura para, posteriormente, elucidar alguns aspectos da intolerância religiosa por meio da interdição simbólica e imaginária e da destituição política e cultural. O contexto em que se incide esse processo e que será tomado como continente de análise é de uma religião tipicamente brasileira: a Umbanda. Dentro dela, optou-se por investigar uma entidade muito conhecida e, sem dúvida, um das mais polêmicas: o Exu. Parte-se da premissa que o processo de demonização do Exu cumpre especialmente uma função de opressão e desmonte do universo representacional simbólico e cultural.