O objetivo do artigo é examinar o argumento cartesiano em favor da distinção corpo/alma à luz da tese, também cartesiana, da união corpo/alma no homem. A hipótese a ser defendida é a de que a prova da distinção real entre corpo e alma envolve um conceito de substância segundo o qual um atributo principal não pode coexistir com outro numa mesma substância. Mais ainda, será sustentado que interpretando assim o argumento em favor da distinção é possível admitir que Descartes ao provar a união entre essas duas substâncias distintas não abandona nem enfraquece sua tese dualista.
Palavras-chave: Dualismo. União corpo/alma. Princípio de separabilidade. Substância.