O presente artigo tem como objetivo apresentar as críticas de Martin Heidegger e de Gilbert Simondon à concepção corrente da técnica, referida por Heidegger como a “concepção instrumental e antropológica da técnica”. Trata-se de mostrar que as críticas desses pensadores, por mais diferentes que possam ser seus universos conceituais, seus objetivos e seus métodos, são ambas realizadas a partir de um processo de interpretação desconstrutiva dos conceitos de “instrumentalidade”, “alienação” e "hilemorfismo”, num conjunto crítico que a cada vez relaciona diretamente crítica da técnica à crítica da filosofia. Nesse sentido, as análises são apresentadas a partir dos respectivos horizontes de reflexão filosófica de cada autor: no caso de Heidegger, o projeto de elaboração da ontologia fundamental e, posteriormente, o pensamento da história do ser e, no caso de Simondon, a questão da individuação.
Palavras-chave: Crítica da técnica. Crítica da filosofia. Instrumentalidade. Alienação. Hilemorfismo.