Descrição:
SANTOS, Máira Costa; SILVA, Fabiana Fernandes da; BARBOSA-LIMA, Maria da Conceição
Inicia-se este artigo comentando sobre a tradição de pesquisa de mudança conceitual e sua modificação positiva para a evolução conceitual, baseada no perfil epistemológico bachelardiano, atualmente estudada. Comentamos a obrigatoriedade da inclusão de alunos portadores de deficiências visuais em classes regulares e do conhecimento que o professor de física deve adquirir para trabalhar com estes estudantes. Por este motivo julga-se necessário estudar as concepções espontâneas que trazem alunos cegos, recentemente matriculados em escolas regulares, por força de Lei, para as salas de aula . Um problema ainda enfrentado é quanto à capacidade e possibilidade de pessoas cegas aprenderem a física. Problema este que foi respondido através de exemplos de cientistas deficientes visuais que muito contribuíram e ainda contribuem para o desenvolvimento da ciência . Este trabalho, realizado em um colégio federal do Rio de Janeiro com quatro estudantes do ensino médio, portadores de deficiência visual severa (cegueira), sobre os conceitos de calor e temperatura . Um deles, matriculado no primeiro ano e os demais inscritos no segundo ano do ensino médio, teve como objetivo conhecer suas concepções espontâneas e compará-las com as de estudantes que enxergam. Os quatro alunos foram submetidos a uma entrevista semi-estruturada, aplicada em seu colégio na sala de Educação Especial, um por vez. Conclui-se, como esperado, que os alunos cegos estudados apresentam os mesmos conceitos encontrados na literatura que estuda alunos videntes. Influenciam-se pela linguagem cotidiana, usam calor e temperatura como sinônimos e calor é sempre relacionado a algo de temperatura elevada. Sendo assim, apesar de haver a necessidade de adaptações e metodologias próprias estes sujeitos são tão aptos para a aprendizagem de física que quaisquer outros.
Palavras-chave: Deficiente visual. Calor e temperatura. Ensino médio. Concepções espontâneas.
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