Entender a repercussão da luta do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em favor da questão agrária implica em retomar particularidades históricas, relacionadas à importância da propriedade da terra para a economia e agricultura brasileira, e as consequências para a população rural perante um modelo econômico voltado para o desenvolvimento do país caracterizado pela agroexportação. Embora a resistência pela terra seja uma questão antiga na história brasileira, os movimentos de reivindicação por direitos ao acesso à terra e ao reconhecimento como trabalhador do campo são contemporâneos, iniciando-se por volta de 1950 com as Ligas Camponesas liderado pelo deputado advogado Franscisco Julião. Abafadas durante vinte anos por conta da ditadura militar, as ligas camponesas passaram a assumir forma de um movimento social ligado a sindicatos trabalhistas no final da década de 1970. Apenas em 1994 o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra foi fundado ganhando características múltiplas por meio de militantes preocupados não só com o acesso ao direito à terra, mas sobretudo com a educação e um novo modelo político e econômico para os trabalhadores do campo e a sociedade em geral.
Palavras-chave: Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Acesso à terra. Modelo político e econômico.