Este artigo busca contribuir para um conhecimento mais aprofundado da política econômica da ditadura militar, concentrando-se num período tratado na literatura de uma forma indevidamente generalista — qual seja, o governo Costa e Silva, caracterizado pelo início da retomada do crescimento e por inflexões na condução da política econômica. Procura-se mostrar que a política econômica do regime experimenta uma importante reorientação em relação ao governo Castello Branco, procedendo-se a uma tentativa de síntese da perspectiva heterodoxa que então tornou-se dominante. Entretanto, é equivocado projetar linearmente sobre todo o período o ideário heterodoxo manifestado durante 1967-1968: com efeito, após o AI-5, durante o ano de 1969 a política econômica obedece a um movimento muito distinto, o qual é objeto de uma detalhada reconstituição.
Palavras-chave: Brasil. Ditadura militar. Política econômica.