O regime franquista, sobretudo nas primeiras décadas, exerceu amplo controle sobre a educação, que ficou sob a responsabilidade dos nacionalistas católicos. Produziram-se inúmeros livros escolares infantis orientados por forte sentido patriótico e religioso. Os autores tinham como objetivo moldar as consciências mirins com base nos pressupostos básicos da mentalidade que dava sustentação ao regime: autoridade, hierarquia, ordem, obediência, temor e devoção a Deus e ao Chefe Francisco Franco. Este texto analisa o conteúdo dos livros destinados ao ensino primário, mostrando como eles foram instrumentos importantes de doutrinação infantil, marcada pela intolerância. O conteúdo e as imagens neles presentes contribuíram para construir uma identidade nacional excludente, a qual estimulava o heroísmo, o martírio, o sacrifício infantil e o ódio aos inimigos da religião e da "Madre España".
Palavras-chave: Regime franquista. Mediadores educacionais. Literatura pedagógica. Identidade nacional.