O propósito do artigo é examinar a noção de selvagem no pensamento medieval e sua relação com o sentido de história. Resultado da combinação de ideias herdadas da Grécia antiga, da tradição judaica e de concepções européias pré-cristãs integradas a uma concepção providencialista da história, a noção de selvagem surge como mediadora das relações de alteridade no tempo e no espaço. Concomitantemente, revela a dificuldade de lidar com a diferença.